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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Missão País

Após mais de um mês sem escrever, cá estou eu mais uma vez. Com muito mais Alegria do que em qualquer uma das vezes anteriores. Não sei se se reflectirá nas palavras, mas é um facto que não questiono. Começo por valorizar os jovens que abdicaram de uma semana do seu descanso para abraçar uma causa verdadeiramente maior, o que embora seja muito gratificante, implica esforço no inicio. Parece-me agora um pouco estranho isto que acabei de escrever, porque a experiência de uma Missão muda-nos sempre, e a mim mudou de uma forma bastante significativa, diria quase radical. Depois de ter passado uma semana em Portel com um grupo de estudantes a missionar, repetiria quantas vezes pudesse e de forma alguma considero que abdiquei de algo.Muito pelo contrário, Ganhei TUDO. No entanto, antes de partir, pensei bastante antes de decidir. Foi a primeira actividade do género em que participei e não tinha previsto ir com pessoas que já conhecesse. Por casualidade, descobri no ponto de encontro que conhecia duas pessoas. Por estes pequenos mas importantes factores, reconheço que não foi propriamente um planeamento com a alegria de umas férias. O produto final, foi esse sim, apesar do cansaço e da constipação, substancialmente melhor que o de umas férias. São duas experiências, aliás, incomparáveis, exceptuando a qualidade do sentimento de alegria. A quantidade é, por sua vez, bem maior na Missão. Não vou descrever a semana, se a curiosidade de alguém que por acaso ler isto, se despertar, nada como participar para saber como é. Vou antes, muito resumidamente, dizer como moldou a minha pessoa. Só para contextualizar, antes desta experiência, eu não estava minimamente ligada à Religião, a não ser pelo Baptismo e Primeira Comunhão. À cerca de 12 anos que não me confessava, nem comungava e durante este tempo, poucas vezes tinha ido à missa. Tive fases em que não acreditei em Deus, apesar de reconhecer a existência de uma ordem ou desordem superior no Universo. Mais recentemente, acreditava que Deus era o Universo. Mas de facto, tirando os tempos de criança, nunca cumpri alguns  dos Mandamentos, excepto claro os que nos são inatos como Não matar, etc. Para quem não é religioso como eu não o era, pode não significar nada. Mas para mim, agora, é uma falha gigantesca no meu caminho existencial. Muito felizmente, vim parar ao ISA e neste mesmo ano, esta instituição organizou a sua primeira Missão à séria. Tive conhecimento desta iniciativa através do Facebook e posso dizer que foi a melhor coisa que qualquer rede social já me proporcionou: o acesso a esta informação. Continuo a ser uma leiga no que diz respeito à Doutrina Cristã, mas sei muito mais do que alguma vez soube. Tudo graças a estas pessoas maravilhosas que me acompanharam. O facto talvez mais importante é o de ter deixado a medicação anti-depressiva. De um dia para o outro, literalmente. No dia do arrependimento (a cada dia era atribuido um tema para reflexão) confessei-me pela 1ª vez em 12 anos. Foi algo que me custou bastante, mas no final, foi como um milagre na minha vida. Mais do que ficar sem um peso na consciência, senti que tinha uma nova oportunidade de amar Jesus, de ser no fundo, uma pessoa melhor, com ambição de melhorar a cada momento. No dia seguinte, não tomei os famosos comprimidos: Um anti-depressivo e outro que serve para regular o humor. Claro que senti as consequências desta mudança repentina nos primeiros dias (tonturas, ataques de choro...), mas não foi nada que não ultrapassasse com relativa facilidade. Acredito que fui curada por Jesus na Confissão. Este passo foi importantíssimo para o prosseguir da minha vida. Além disso, ainda descobri uma nova fonte de Esperança. No lugar dos químicos, veio a Fé para ser o meu grande suporte, o pilar principal da minha nova existência. Peço com muita frequência e intensidade que Deus me dê forças para conseguir que esta existência continue a ser nova e eu não volte a ser a velha vanessa que se apoiava em medicamentos e agia de forma fria e sem uma razão forte para viver. Como na carta que escrevemos no último dia, volto a dizer: A Missão País 2011 foi o marco mais importante da minha Fé, e portanto da minha vida. OBRIGADO por me Teres Chamado , meu Deus e OBRIGADO meus Irmãos por me terem ajudado e acompanhado esta semana.